08 jun 2011

           
ANTIMANICOMIAL No dia 24 de maio último, na sala Aurora, realizou-se no IPUSP um dia inteiro de atividades em celebração ao Dia de Luta Antimanicomial, no qual foram debatidos temas de Saúde Mental e Direitos Humanos. O evento foi organizado por um grupo de funcionários, professores e estudantes da Unidade.


Foram convidados para a mesa redonda da manhã Anna Athanazio de Oliveira, do Movimento de Saúde da Zona Leste e da Luta Antimanicomial; e Maria da Conceição Silva Amaral, da  Câmara Técnica de Saúde Mental, como representante de familiares e do Movimento de Luta Antimanicomial. Elas contaram suas experiências na luta pela melhoria do atendimento à Saúde Mental na cidade de São Paulo e entorno. Histórias de sofrimento e de luta, mas de muita participação nas instâncias de implementação e gestão de políticas públicas.


O destaque ficou para o Professor Paulo Amarante,referência nacional em Saúde Mental, tanto na defesa de políticas públicas quanto na pesquisa e ensino. Ele é membro da Associação Brasileira de Saúde Mental e  pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz. Suas palavras reforçaram a importância da realização de eventos como os promovidos pelo IPUSP, nos quais há a possibilidade de encontro entre pesquisadores e militantes de movimentos sociais.

A importância de valorização do SUS e o controle da sociedade sobre a implementação de políticas públicas e na gestão do sistema é questão fundamental para o pesquisador, pois há muitos interesses econômicos envolvidos na abertura para o terceiro setor e organizações sociais. Contou um pouco da história do Movimento de Luta Antimanicomial, quando na época da ditatura havia muita dificuldade em entrar nos hospícios. 

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O movimento surgiu em torno de criar condições mais humanas e higiênicas, pois a grande maioria dos manicômios encontrava-se em condições precárias. Lembra de Basaglia sobre não se poder humanizar um “campo de concentração”, daí a direção do movimento pelo fim dos manicômios. Em relação aos manicômios, a questão não é humanizar, mas criar uma outra postura de lidar com a loura, o sofrimento mental. Não basta também mudar abordagem teórica, mas de considerar os contextos históricos, sociais, políticas, geográficas, ideológicas … pois a verdade é uma construção.

O evento continuou à tarde em conjunção com o Seminários Psicologia Social e Imaginário, com a fala da Profa. Maria Inês A. Fernandes (IPUSP – LAPSO) sobre a Transmissão Psíquica: formações intermediárias e laço social. O evento finalizou-se com a apresentação do Grupo Contato, com a performance “Que Nem Todos Nós”. Como repercussão do evento entre os participantes motivou o grupo organizador a programar mais eventos dessa natureza, nos quais o encontro entre a universidade e a comunidade possam ser uma prática frequente.

Por Robson Colósio

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