Crianças com e sem autismo têm mesmo desempenho em teste | 30/4/2013 |
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Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do IPUSP realizou a versão Infantil, traduzida, do teste “Ler a Mente nos Olhos”, de Simon Baron-Cohen em um grupo de 454 crianças de 6 a 13 anos. A pesquisa feita por Melanie Mendoza, e orientada pelo professor Francisco Baptista Assumpção Junior, contou com o acompanhamento de 434 crianças de dois estados brasileiros - São Paulo e Santa Catarina - cursando o ensino fundamental, e com uma amostra clínica - composta por 20 crianças diagnosticadas com Transtornos do Espectro do Autismo.
Segundo estudo de Baron-Cohen, com Leslie e Frith, crianças autistas - em comparação com crianças normais - teriam dificuldade em atribuir estados mentais e emoções a outros indivíduos e compreender que esses poderiam possuir perspectivas diferentes das delas. Tal déficit foi definido como uma dificuldade na elaboração de uma Teoria da Mente.
Originalmente, o teste “Ler a Mente nos Olhos”, em sua versão infantil, foi realizado em 2001, também por Baron Cohen e outros especialistas, com 15 crianças diagnosticadas com Síndrome de Asperger, e 103 de um grupo controle. Nesta pesquisa foram encontradas diferenças significativas entre os dois grupos. Os autores informaram que as crianças com a síndrome residiam na escola especializada, o que refletia a gravidade do transtorno.
Divergências relevantes nos resultados foram encontradas apenas entre as médias de acordo com o critério ano cronológico e, principalmente, escolar: as crianças mais velhas e com maior escolaridade obtiveram mais acertos no teste. Segundo Melanie, isso pode ter relação com as habilidades verbais, porque a criança precisava fazer um pareamento entre uma imagem - que representava uma emoção – com o nome que correspondia a esse estado mental.
A pesquisadora explicou que os autistas estudados possuíam um bom desenvolvimento verbal, e que, talvez, esse fator pudesse ser o responsável pelo desempenho dos mesmos. Mas também esclareceu a importância dessa característica para a realização do experimento: “Em um autista que não tem linguagem desenvolvida direito, eu nem consigo aplicar meu teste”.
Para o doutorado, Melanie Mendoza pensa em reformular o teste, construindo um novo instrumento para avaliar a presença deste déficit em autistas.
Por Fernanda Guimarães Maranha Edição e revisão, por Islaine Maciel IP Comunica | Serviço de Apoio Institucional Av. Prof. Mello Moraes, 1721 - sala 26 - Cidade Universitária - São Paulo, SP Telefone: 3091-4178 - Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. www.facebook.com/IPUSP |