30/11/2018 - 30/11/2018 Das 9h às 12h -

Equipe do Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho (CPAT)

3091-4188

A Mostra de Práticas do CPAT deste ano terá novamente como elemento central a fotografia, tomada como imagem e narrativa, que carrega aspectos, vestígios e pontos de vista de incursões a campo realizadas por grupos de estudantes da graduação do IPUSP junto ao CPAT e à disciplina “Psicologia Social do Trabalho e das Organizações”, no decorrer do segundo semestre de 2018.

Os temas, lugares, enquadramentos, escolhidos pelos grupos, têm como campo comum e disparador os mundos do trabalho contemporâneos na cidade de São Paulo e suas complexidades, diversidades, desigualdades e contradições.

Essa exposição fotográfica busca, por um lado, evocar certas facetas e fragmentos dos mundos do trabalho em São Paulo e, por outro, apresentar alguns olhares, perspectivas, sínteses e construções dos próprios estudantes, por meio dos ângulos de cada fotografia, dos elementos recortados, destacados, afastados ou focalizados, de seus tamanhos e proporções, dos jogos de luz e sombra, das cores utilizadas na revelação, das imagens privilegiadas, da composição das fotos, do formato da apresentação, dos suportes utilizados, dentre outros.

A proposta da mostra nos anos mais recentes tem trazido também uma abertura por parte dos próprios estudantes para estabelecerem composições híbridas entre a fotografia, a performance, a encenação teatral, o desenho de instalações, na busca de aproximar os transeuntes de atmosferas de determinados lugares da cidade na relação com os mundos do trabalho e das temporalidades expressas em diferentes processos organizativos.

A proposta é que o varal-mural presente nesta exposição possa convidar e convocar também, a quem passa pelos corredores do IP, cotidiana ou eventualmente, a entrar em contato com a ambiência e os conteúdos experenciados pelos estudantes em campo e com parte das reflexões e indagações suscitadas. Que esse contato e provocação abriguem diferentes perspectivas sobre os territórios e deslocamentos na cidade de São Paulo a partir de leituras sobre os percursos traçados por trabalhadoras e trabalhadores e as diversas formas que estes habitam a cidade por meio do trabalho e de outros modos de vida.

Equipe do Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho (CPAT)
Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (PST)
Instituto de Psicologia da USP (IPUSP)

“Ao entrar no território que tem Eutrópia como capital, o viajante não vê uma mas muitas cidades, todas do mesmo tamanho e não dessemelhantes entre si, espalhadas por um vasto e ondulado planalto. Eutrópia não é apenas uma dessas cidades mas todas juntas (…)”.
Italo Calvino, “A cidade e as trocas, 3”, em As cidades invisíveis.

  “De uma carta jogada em cima da mesa sai uma linha que corre pela tábua de pinho e desce por uma perna. Basta olhar bem para descobrir que a linha continua pelo assoalho, sobe pela parede, entra numa lâmina que reproduz um quadro de Boucher, desenha as costas de uma mulher reclinada num divã e afinal foge do quarto pelo teto e desce pelo fio do pára-raios até a rua. Ali é difícil segui-la por causa do trânsito,
mas prestando atenção a veremos subir pela roda do ônibus estacionado na esquina e que vai até o porto. (…)”.
Julio Cortázar, “As linhas da mão”, em Histórias de cronópios e de famas.

 

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