19 jul 2021

O profissional de hotelaria Felipe Arruga ainda era criança quando teve o primeiro contato com o voluntariado. Seus pais costumavam levar a família a visitas em asilos e orfanatos em datas específicas, como Natal e Páscoa, para que criassem desde cedo a consciência de que precisavam ajudar o próximo. Os anos se passaram, mas Arruga manteve na cabeça o que aprendeu com os pais e sempre esteve envolvido em algum tipo de projeto. Atualmente, aos 44 anos, faz parte do grupo Fogão na Rua, que distribui refeições, cobertores e itens de higiene para moradores de rua no centro de São Paulo.

A cada novo encontro, o bem-estar pessoal cresce dentro dele. “Pode parecer clichê, mas gratidão é o sentimento que define. Por poder fazer algo e por saber o impacto que isso tem na vida das pessoas. Ver a alegria nos olhos de quem está recebendo essas doações dá uma satisfação muito grande. O voluntariado faz um bem enorme”, diz.

A sensação é real e, muitas vezes, impacta diretamente na saúde mental do voluntário. “O voluntariado contribui não só para o acréscimo de bem-estar, como também a diminuição de sintomas depressivos e melhora da qualidade de vida. Alguns estudos destacam, inclusive, o trabalho voluntário como estratégia de promoção de saúde, principalmente para a população idosa”, explica a psicóloga Flávia Marucci-Dalpicolo, professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP/USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo) e diretora do Serviço de Psicologia Hospitalar do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

O voluntariado ainda proporciona melhoria significativa da visão de si mesmo (por estar vinculado a uma causa com valor pessoal e social), reconhecimento social (como uma pessoa altruísta e com disponibilidade para ajudar), satisfação em perceber que pode mudar algo na vida de alguém e na sociedade e sentimento de pertencer a um determinado grupo. “Estes sentimentos favorecem uma sensação de prazer, de satisfação, de gratificação. Pesquisas mostram que essas experiências têm um efeito muito benéfico não só nos aspectos psicológicos e de autoestima, como também apontam para diminuição de sintomas de doenças crônicas e melhoria no quadro geral de saúde mental”, diz a psicóloga Maria da Conceição Uvaldo, do Laboratório de Estudos sobre o Trabalho e Orientação Profissional do Instituto de Psicologia da USP.

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