Sobreviventes da bomba de Hiroshima: Sr. Takashi Morita, Sr. Kunihiko Bonkohara e Sra. Junko Watanabe
Sob o título “Hiroshima e Nagasaki em São Paulo: Testemunho, Inscrição e Memória das Catástrofes”, a exposição tem como objetivo trazer ao público informações e impressões relacionadas aos primeiros bombardeios nucleares da história. Ao longo de 30 painéis cedidos pelo Museu Memorial da Paz de Hiroshima (Japão) são apresentados efeitos físicos e humanos das explosões, além de dados sobre a reconstrução das cidades e as perspectivas para a abolição desse tipo de arsenal.
A mostra foi exibida de 11 a 21 de setembro, na Biblioteca Dante Moreira Leite do IP.
A inauguração do evento contou com o relato de três sobreviventes, além de três mesas com pesquisadores que discutiram o assunto. Dentre os convidados estavam o professor do IP-USP Pedro Fernando da Silva, ligado ao campo de pesquisa da Psicologia e Violência e o professor Edson de Souza da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), que dedica-se a temas como a psicanálise, a arte e a utopia. Já a mesa “Testemunhos” foi composta por sobreviventes do ataque à Hiroshima que hoje residem em São Paulo: Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara.
“O projeto como um todo possibilita a reflexão sobre como é possível à psique sobreviver a situações de extremo horror” |
A ideia do projeto está ligada a duas pesquisas de mestrado orientadas pelos professores Paulo Cesar Endo do IP-USP, que também coordena o trabalho, e pelo professor Pedro Fernando da Silva, que participou de uma das mesas de inauguração. Os mestrandos Artur Rafael Teodoro, que se voltou ao Museu Memorial da Paz, e Cristiane Izumi Nakagawa, que dedicou-se aos testemunhos, coletaram o dados em duas viagens ao Japão.
Cristiane explica que o objetivo de sua pesquisa é investigar a memória e o trauma relacionados a catástrofes. Através da análise de testemunhos do bombardeio, ela pretende elaborar questões sob o olhar psicanalítico, e acredita que esse tipo de estudo é importante para aprofundar o entendimento “dos mecanismos psíquicos do homem”. A pesquisadora coloca que, dessa forma, o projeto como um todo possibilita a reflexão sobre “como é possível à psique sobreviver a situações de extremo horror”.
Além disso, ela explica que, apesar da grande quantidade de descendentes de japoneses que residem no país, muito pouco foi explorado a respeito do tema. Em sua opinião, a psicanálise ainda “tem pouca penetração na cultura japonesa”.
Por Érika Yukari Ferreira Kamikava
kinha.kamikava@gmail.com
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