02/07/2024 às 10:00 - Google Meet

Pablo de Carvalho Godoy Castanho

PSC – Psicologia Clínica

COMISSÃO JULGADORA

Docentes Efetivos 

Prof.(a) Dr.(a) – Suely Aires Pontes | Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Prof.(a) Dr.(a) – Emiliano de Camargo David | Departamento Social e Institucional – IP – UERJ

Docentes Suplentes

Prof.(a) Dr.(a) – Eliane Silvia Costa |Universidade Federal da Bahia – UFBA
Prof.(a) Dr.(a) – Wilson de Albuquerque Cavalcanti Franco | Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Prof.(a) Dr.(a) – Kwame Yonatan Poli dos Santos | Pós-Doutorado – IPUSP

A presente dissertação teve como objetivo investigar a dimensão étnico-racial e psicossocial da escuta no Projeto de Apoio Psicológico on-line da Universidade de São Paulo, durante o período da pandemia do coronavírus. Tendo como hipótese de fundo que as teorias da psicologia clínica se desenvolveram a partir de um contexto históricocultural branco-europeu, e reproduzem saberes coloniais, centralizados em um público específico. Tendo como pergunta quais as condições de possibilidade para se exercer a escuta o sofrimento étnico-racial e psicossocial. A partir disso, foram realizadas entrevistas com psicólogas que atenderam no projeto durante o período da pandemia e pessoas atendidas por elas. Em todas as entrevistas realizadas apareceu a temática da vulnerabilidade social, acentuada pela situação da pandemia e seu discurso de morte que colocou os atendimentos em situação de urgência subjetiva. A análise do material sugere que a escuta do sofrimento da vulnerabilidade racial teve dificuldade em circular nos atendimentos, nas supervisões e ficou ausente nos materiais informativos oferecidos pelo projeto de apoio psicológico. Argumentamos que a escuta do sofrimento racial também se apoia no que o sistema pode oferecer. Assim, indicamos para estudos futuros a importância de se ter conhecimentos, métodos ou estratégias pensadas na psicologia clínica para o manejo do sofrimento racial. Considerou-se de relevância científica e social investigar a escuta do sofrimento a partir da ampliação das políticas de assistência social (ações afirmativas) e de assistência psicológica que dão sustentação à atuação no cenário da universidade pública, voltado aos alunos da USP em situação de vulnerabilidade social.