25 out 2012

Programa criado no IPUSP ajuda profissionais em diagnósticos de problemas físicos

Programa é capaz de medir ângulos e distâncias relativos à postura

Cientistas do Instituto de Psicologia (IP) da USP desenvolveram um software de avaliação postural que auxilia enfermeiros e fisioterapeutas a traçarem diagnósticos e resolverem problemas físicos. Denominado ApLoB (Avaliação Postural do Laboratório de Biofísica), o programa tem código aberto e gratuito, e pode ser melhorado ou servir de base para outros programas do gênero.


O software foi idealizado pelo engenheiro Carlos López Noriega, em sua pesquisa realizada no programa de pós-graduação em Neurociências e Comportamento (NeC), do IP. Ele conta que a inspiração para o programa surgiu de um outro software, o Sapo (Software de Avaliação Postural), desenvolvido pelo professor Marco Duarte, orientador de Noriega no estudo.


“Trata-se de um dos programas mais avançados no setor”, avalia o engenheiro. Entretanto, o Sapo foi criado por um método não usual e com a linguagem de programação Java, que normalmente não é utilizada pela comunidade científica. Assim, ele dificulta qualquer processo que possa desenvolvê-lo mais ou ainda utilizá-lo como base de estudos ou de elaboração de softwares similares.

posturaO objetivo de Noriega, em sua dissertação de mestrado intitulada Desenvolvimento de um programa computacional para avaliação postural de código aberto e gratuito, foi criar um programa com funções semelhantes às do Sapo, utilizando os processos consagrados na comunidade científica. O ApLoB foi feito com a linguagem de programação Python, comumente utilizado na academia, e por um método que permite que todos os passos sejam mapeados. O software pode ser baixado gratuitamente.


“Usei uma linguagem de programação mais próxima à comunidade científica. Podem melhorar o software, ou usar os passos para criar algum novo”, ressalta o pesquisador. Programas análogos na mesma área ou em setores diferentes podem se utilizar dos mesmos passos na criação, visto que o código, as ferramentas e os processos de desenvolvimento são abertos a todos. “Vejo programas parecidos sobre economia e negócios, por exemplo, em meu trabalho”, conta Noriega, que também é professor na Trevisan Escola de Negócios.


Existem alguns fatores que engrandecem o estudo. Em primeiro lugar, ele trabalha com a interdisciplinaridade: a pesquisa passa pelas áreas da computação, da neurociência e da fisioterapia. O engenheiro teve que, inclusive, assistir a aulas sobre neurofisiologia, postura e biomecânica. Em segundo, o pesquisador procura o enriquecimento da comunidade científica.


“Eu dou as fontes do programa”, afirma. Quem tiver interesse está livre para utilizá-las. Além disso, a pesquisa não visa o lucro. Noriega não acredita que deve-se ganhar dinheiro em questões como a saúde das pessoas.


“Tem coisas que não podem ser cobradas. Lucrar com isso não passa pela minha cabeça”. Para ter acesso ao software, pode-se falar diretamente com o pesquisador ou ainda ver as fontes na dissertação completa.


Medições

O ApLoB é capaz de medir precisamente tamanhos e ângulos. É colocada uma foto no software e ele, a partir de uma escala dada, faz a medição das diferentes partes da anatomia da pessoa. O tamanho de um osso em relação a outro pode indicar um problema postural, assim como o ângulo da curvatura do pescoço, por exemplo, em relação aos ombros, pode vir a mostrar um defeito na coluna. O diagnóstico é realizado pelo profissional da saúde, mas o software ajuda a dar resultados mais exatos para auxiliá-lo.


Entretanto, o programa não tem todas as funcionalidades do Sapo. Este consegue realizar mais medições e cruzar, automaticamente, os dados em diversas tabelas, que auxiliam ainda mais o trabalho do fisioterapeuta ou o enfermeiro. Por isso este software é tão amplamente utilizado e teve alta receptividade na comunidade científica.


Mais informações: (11) 96963-4011, emailclnoriega.usp@gmail.com com o pesquisador Carlos López Noriega


Por João Ortega

AGENCIA_USP_DE_NOTCIAS-
Agência USP de Notícias, 26/9/2012

revista_exame
Revista Exame, 27/9/2012


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