
Fotomontagem Jornal da USP feita com imagens de IP-USP e Memorial da Resistência de São Paulo
“Estudante de psicologia assassinada pela ditadura militar em 10 de novembro de 1972, aos 26 anos, Aurora ou Lola, como era chamada, lutou corajosamente contra a ditadura que trouxe danos irreparáveis à sociedade brasileira. Nós nos movemos e respiramos nos espaços que Aurora ajudou a construir e é nossa responsabilidade continuar sua luta buscando um Brasil mais justo e inclusivo”, afirmou a diretora do Instituto de Psicologia (IP), Ianni Regia Scarcelli, na abertura da cerimônia de diplomação honorífica de Aurora Furtado, realizada no dia 30 de outubro.
A solenidade integra o projeto Diplomação da Resistência, iniciativa da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) e da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), e foi organizada em parceria com a diretoria do Instituto de Psicologia e o grupo Teia – Memória e Patrimônio Cultural do IP.
“Um momento como esse é tão fundamental quanto perturbador. As solenidades de entrega dos diplomas honoríficos aos estudantes da USP que foram brutalmente assassinados pela ditadura são uma tentativa de reparar o irreparável. São momentos fundamentais para reconhecermos a barbárie, para nos lembrarmos de que devemos enfrentar e lutar contra essas situações irreparáveis”, afirmou a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
A pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lúcia Duarte Lanna, ressaltou que “essa não é apenas uma homenagem, é muito mais do que isso, é uma sessão solene da Universidade em que reconhecemos esses estudantes mortos como profissionais que não se formaram, mas que deveriam ter se formado. É exercer o lembrar como uma política de inclusão, de defesa das instituições democráticas, da construção da Universidade como uma instituição pública comprometida com o enfrentamento das políticas de desigualdade na sociedade brasileira”.

A cerimônia de diplomação honorífica de Aurora Furtado foi realizada no dia 30 de outubro, no Auditório Carolina Bori do Instituto de Psicologia – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
“Aurora Furtado teve seus sonhos e projetos de vida prematuramente interrompidos, vítima da arbitrariedade perpetrada pelo regime ditatorial iniciado no Brasil há 60 anos. A violência que resultou, de forma extrema, na perda prematura da vida de Aurora e outros 32 jovens estudantes da USP em decorrência de suas convicções políticas e da militância no movimento estudantil da Universidade é inaceitável”, afirmou o pró-reitor de Graduação, Aluísio Segurado.

A diretora do IP, Ianni Regia Scarcelli, entrega o diploma honorífico a duas estudantes, representantes do Centro Acadêmico Iara Iavelberg – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Por: Erika Yamamoto, Jornal da USP, 31/10/2024
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