O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou:
“Estou vendo uma ministra. Não estou falando com uma mulher. Porque a mulher merece respeito, ministra não. Por isso que eu quero separar.”
Ao proferir tal frase, o senador não separou a pessoa do cargo — como ocorre com críticas políticas legítimas. Ele separou a identidade da ministra enquanto mulher. A fala parte do pressuposto de que “mulher” e “ministra” são categorias incompatíveis: a mulher merece respeito; a ministra, não. A mensagem implícita é que o exercício do poder por uma mulher a exclui da esfera de dignidade.
Essa lógica é violenta, misógina e antidemocrática.
Somam-se a isso as interrupções, o corte de microfone e a frase “deveria se pôr no seu lugar” proferida pelo presidente da Comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), configurando um claro episódio de violência política de gênero — reconhecida pela Lei nº 14.192/2021.
Não se trata de um caso isolado. É expressão de um padrão de exclusão e silenciamento que estrutura as relações de poder no Brasil, impedindo que mulheres participem plenamente da vida política sem sofrer ataques desqualificadores.
A Pode Contar reafirma seu compromisso com o enfrentamento dessa violência estrutural e com a promoção de um ambiente político verdadeiramente democrático, onde o gênero não seja usado como critério de exclusão ou deslegitimação.
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