Conservação precisa levar em conta transmissão de tradições entre outros primatas, dizem pesquisadoras

Joya, de 1 ano, observa e aprende sobre uso de um conjunto de ferramentas, sua mãe, Jire, usa um martelo de pedra e um bigorna de pedra para quebrar nozes em Bossou, Guiné – Tetsuro Matsuzawa

Em estudo publicado no periódico Philosophical Transactions of the Royal Society B, um grupo internacional de pesquisadoras, incluindo a professora Patricia Izar, do Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP), defende que estratégias de conservação de primatas devem considerar não apenas a diversidade biológica, mas também a riqueza cultural dessas espécies. O artigo destaca que muitos comportamentos dos primatas — como o uso de ferramentas, hábitos alimentares e práticas sociais — são aprendidos e transmitidos socialmente, constituindo verdadeiras tradições culturais.
Apesar de já existirem dezenas de registros documentados dessas tradições, especialmente entre grandes símios e espécies como os macacos-pregos (gêneros Sapajus e Cebus), ainda conhecemos muito pouco sobre a extensão e a diversidade desses comportamentos. Entre as mais de 500 espécies de primatas descritas, apenas 21 tiveram alguma forma de diversidade cultural mapeada. Para as pesquisadoras, essa lacuna representa um risco real: perder uma espécie pode significar também a extinção de saberes únicos sobre o mundo natural, desenvolvidos por meio da interação social entre os animais.

Leia na íntegra a nota publicada no jornal Folha de São Paulo, por Reinaldo José Lopes, em 14 de junho de 2025:

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldojoselopes/2025/06/salvando-a-cultura-dos-primos-da-humanidade.shtml?pwgt=2zggcoylpfrq900ehmxe02yrorbzkqodhqscg0mvhfb9szm&utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwagift

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