Coletivo Escuta Preta celebra cinco anos em atividade com debates sobre racialidade na organização estudantil e no mundo do trabalho
Até o dia 22 (sexta-feira), o coletivo Escuta Preta, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, promove a Quinta Semana de Psicologia Preta. O evento conta com mesas de debate e oficinas criativas, que buscam resgatar o passado, entender o presente e projetar caminhos futuros na luta antirracista dentro e fora da Universidade.

Organização estudantil promove eventos que buscam retomar a arte, cultura e epistemologias negras e indígenas na formação em Psicologia no Brasil – Foto: coletivo Escuta Preta
As atividades começaram neste dia 19 e serão realizadas presencialmente nos prédios do IP, com transmissão pelo YouTube. O evento é aberto ao público geral, mas é necessária inscrição prévia para obter certificado.
O encontro deste ano marca os cinco anos de organização do coletivo Escuta Preta. Por isso, o tema escolhido para a Quinta Semana de Psicologia Preta foi As Ancestralidades em Confluência: Debates Pertinentes para o Futuro.
A estudante Ana Beatriz Ferreira, membro do núcleo de Eventos do coletivo, explica a construção do recorte: “O Nêgo Bispo vai dizer que um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro rio; ao contrário, ele passa a ser ele mesmo e outros rios, ele se fortalece. A gente partiu disso para pensar juntos, mapear o traçado desses cinco anos de existência do coletivo, pensando no que a gente construiu de memória e no que a gente pode inventariar de possibilidade de ir para o futuro. Pensar que a gente pode confluir em coletividade e propor reflexões que nos fortaleçam diante das violências sistêmicas que nos cercam, tanto nos pensando enquanto estudantes negros inseridos nesse contexto de uma Universidade ainda bastante embranquecida, quanto enquanto pessoas inseridas numa sociedade profundamente racista”.
Ana Beatriz Ferreira – Foto: coletivo Escuta Preta
A Semana de Psicologia de Psicologia Preta é uma maneira de contribuir com a produção de uma psicologia racializada e territorializada que converse muito mais com a realidade histórica, cultural, social e política do Brasil.
Ana ressalta também a importância de outros eventos organizados pelo Escuta Preta e de articulações com outros grupos estudantis: “As rodas de samba e as festas que a gente conseguiu organizar também são eventos bastante significativos no sentido de dar um destaque para a cultura preta e periférica que acaba não sendo colocada como protagonista dentro da Universidade. E, também, a nossa parceria com outros coletivos. A gente costuma falar que é muito importante estar junto com outras coletividades, como o Coletivo Transtornar, que é o coletivo LGBTQIAPN+ do IP, a própria Coligação dos Coletivos Negros e os coletivos que fazem parte da coligação são grupos que nos fortalecem também”.
Por Maria Trombini, para o Jornal da USP, 19/11/2023
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