08 out 2018

 

Por: Redação
Fonte: Jornal da USP
Além da perda do meio de sustento, isolamento e falta de reconhecimento atingem profissionais

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O trabalho continua sendo central para a sociabilidade humana e é possível perceber que a flexibilização de sua forma tem causado experiências psicossociais significativas de ruptura de vida, capazes de atingir todas as pessoas e não apenas determinados grupos. Para comentar sobre o desemprego e como a condição pode influenciar o cidadão, o Jornal da USP no Ar contou com a participação do professor Marcelo Afonso Ribeiro, do Departamento de Psicologia Social e Trabalho do Instituto de Psicologia da USP e coordenador do Centro de Psicologia Aplicada no Trabalho.

O especialista explica que, como o trabalho é considerado parte essencial da vida pelas pessoas, quando se está desempregado, há a exclusão social do indivíduo de parte da sociedade. A tendência é o profissional acreditar que ele é o responsável pela perda do emprego, algo nem sempre verdadeiro. A culpa, segundo Ribeiro, desperta um sentimento de irresponsabilidade e desqualificação, cenário capaz de paralisar a busca de alternativas pela pessoa, agravando a situação.

A vida profissional também está muitas vezes atrelada ao círculo e lugar social do funcionário, ou seja, as pessoas sofrem com a perda do meio de sustento, com o isolamento e a falta de reconhecimento. O professor ainda afirma que as melhores oportunidades de emprego são destinadas para uma pequena parcela dos cidadãos. O estado pode se tornar mais crítico e causar depressão ou vícios, por exemplo. Esse acontecimento se deve à organização da sociedade em torno do emprego, mas o especialista esclarece que o contexto já evidencia tendências de mudança.

A solução, para Ribeiro, é mostrar para a população que existem outras formas trabalho, além do considerado emprego formal. Ele ressalta a importância da mudança de pensamento pela população sobre determinadas áreas, como a informalidade, a qual considera uma questão histórica no Brasil, que deveria ser mais bem organizada pelo governo e vista como um potencial mercado de trabalho. O professor também fala sobre opções para aqueles que procuram ajuda: a busca por recursos públicos e conversas com pessoas próximas que podem compartilhar experiências.

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